sábado, 17 de novembro de 2007

Nobody cares.

* "Qui n'a plus qu'un moment à vivre
N'a plus rien à dissimuler"


Nobody cares about me.
Confesso que é assim como venho me sentindo ultimamente.
Quantas horas tem um dia?
Qual o ritmo da batida de um coração?
Quantos passos são dados ao longo de uma estrada?
Ninguém se importa.
Ninguém se importa se está respirando ou não.
Ninguém se importa se você está vivo ou não.
Contanto que estejam vivos, contanto que estejam felizes.
Contanto que tenham dinheiro em seus bolsos e arroz em suas geladeiras, todo o resto é resto.
Todo resto é meramente um grande fardo para se carregar.

O homem é um animal civilizado.
Que vive em comunhão com outros, mas que não suporta o outro.

O homem não é nada além de um engano divino.
E até mesmo neste momento, faço-me homem.
Tão comum, tão pequeno e inútil quanto desnecessário.

Mas há uma diferença sutil que me desliga dos demais.
Eu posso pensar.
Eu posso ver.
Quanta podridão em seus olhos.
Quanta sujeira embaixo de seus tapetes.
Quanta imundície em suas camas.

Nada e absolutamente nada pode calar a boca daquele que enxerga a realidade.
Nada e absolutamente nada pode fazer com que meus olhos se fexem.

Muitos chamam-me louco.
Muitos rogam-me pragas.
Enquanto a outros, somente assistem a tragédia.
E riem da consumação de suas próprias desgraças.

É doentia a forma como a vida tem sido levada pelos "normais".
Tão bossais, tão acéfalos e ignorantes..
Poderia você imaginar um lugar diferente? Duvido muito.
Quando se acostuma com uma realidade, dificilmente vemo-nos imersa em outra.
E esta, é a fita que tapa seus olhos.

Ninguém se importa.
Ninguém se importa com o que digo, com o que faço.
Se hoje estou vivo, e amanhã não.
Quem se importa?

Se hoje amo.
Se amanhã eu odeio.
Quem se importa?

Afinal, somos só mais um fardo para se carregar.
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* Quem está com as horas contadas, nada mais tem para esconder.

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